Archive for the ‘egotrip’ Category

Domingo!

11.setembro.2011

Não sei o que fazer
Não sei o que fazer
Eu saio por aí
Sem ter aonde ir

Assim começa a música Domingo dos Titãs… assim começa o meu domingo!

Hoje é dia de fazer almôndegas. Almôndega, aquele bolinho de carne que vai muito bem com espagueti, é um nome engraçado. Tente pronunciar almôndegas em voz alta e não rir… al-môn-de-gas… sei lá, acho engraçado porque termina com Degas, meu apelido dos tempos de colégio. Dégas, com tonicidade no “De”, ao contrário da pronuncia francesa, que coloca a tonicidade no “gas”. Degás.

Edgar Degas foi um pintor francês. Pintava bailarinas. Um dia, nas aulas de educação artística, a professora falando sobre Edgar Degas inevitavelmente me lançou à chacota… o único Edgar da classe seria o pintor das bailarinas… isso foi lá pela 3ª ou 4ª série, época em que meninos não gostam muito de bailarinas… o fato é que dali em diante eu era o Degas. Gostei, assumi o pseudônimo. Quando comecei a quebrar códigos de jogos de computadores, já adolescente, Degas era meu codinome (além de EdMorte)… Degas Games.

Quase trinta anos depois, vi as obras de Edgar Degas expostas em Barcelona. Suas bailarinas eram expostas junto às interpretações de um outro gênio das artes: Pablo Picasso. A exposição “Picasso mira Degas” não seria a mesma coisa se eu não fosse o Edgar que ganhou a alcunha de Degas nas aulas de educação artística!

Voltemos às almôndegas. Carne moída com alguns condimentos, ovos e farinha de rosca. Carne moída é o que, segundo The Wall, da banda Pink Floyd, fazemos de nossas crianças na escola… mas eu não quero falar de escola, não hoje, não num domingo!

Eu gosto de Pink Floyd, mas de algumas coisas só… Pink Floyd é muito calmo para minha mente inquieta. Sunday blood sunday, do U2, fala sobre a intolerância… e, por acaso hoje, domingo, é 11 de setembro… blood sunday!

Acho que domingo não é um bom dia para blogar… será?

Domingo, dos Titãs termina assim:

Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar
Até o próximo, até o próximo, até o próximo domingo
Até o próximo, até o próximo, até o próximo domingo

Até!

Edgar foi pro bar…

16.junho.2010

Um dia, nos áureos tempos da minha infância, eu devo ter me imaginado adulto. Eu não me lembro, mas deve ter acontecido. Todos nós, em algum momento, projetamos nosso futuro.

Na adolescência, os planos eram muitos, mudavam a cada dia. Melhor fase de nossas vidas, os anos incríveis da adolescência são tesouros percebidos apenas na maturidade e, obviamente, perdidos nas ondas do tempo.

Não que a vida na adolescência seja fácil. Ela pode ser tão ou mais cruel que a vida adulta, mas com a vantagem de ascensão ao mundo adulto, possibilidade de mudança. Já adulto, ascensão mesmo só a morte…

Já se dizia na antiga escola de Sagres que

navergar é preciso, viver não é preciso

e essa imprecisão da vida, em certa medida, nos empurra para o título desta postagem.

Edgar foi pro bar e vai beber até morrer. Paráfrase da banda das Velhas Virgens (não a do Mazzaropi, a do Paulão) é expressão metafórico-realista dos dilemas do jogo social.

Diante da desesperança que por vezes nos assola, frente as hipocrisias e jogos perversos que o mundo do trabalho nos coloca, o bar é o anestésico da raiva e o energético do tudo passa. No bar afogamos as mágoas, as desilusões, a frustração, o medo… no bar restauramos as forças… beber até morrer e, tal qual a mitológica fênix, renascer (com uma baita ressaca) para uma nova partida, uma nova batalha.

O bar é o refúgio deste filósofo etílico nos momentos de crise. Mais que uma fuga (pois sempre fugimos) é um local de metamorfose, de troca, de simbiose. O bar ultrapassa os botecos das esquinas do mundo. O bar é antes uma atitude, um posicionamento.

Certamente você, que chegou aqui sabe-se lá por que, tem o seu bar. Tem o seu refúgio. Tem a sua bebida-elixir… metafórico ou real, público ou particular, eu sei que você tem.

Salut!

Aperte o cinto, vamos viajar…

14.abril.2008

Sente! Sente?

Sensações fluem ao sabor das correntes…

eletróns, elétricas, eletrônicas… correntes!

Acorrentado, sentado, sentido!

Sentinela de um mundo em rotação, spin, flutuação, quanta… quântica!

Big bang, big brother, big apple… nada além de poeira. Cosmo.

Sente! Sente?

15 graus, 15 degarus, 15 anos… frio, calor, odor, dor… só dor.

Domir, talvez sonhar… Hamlet, Otelo, omelete… cogumelo!

Nuclear, visceral, microscópico, uniforme, unilateral, unicelular, universal…

Sente? Corre… Sente! Corre, entre, corrente… prisão, imóvel, inútil…

Mente. dormente. dorme. doí-me, dormente, dor, desperta, dor, desperta-dor…

tic, tac, tic, tac… obsoleto, obsolecência… bit, bit, bit, bit… silêncio…

Dedos, dígitos, 0… 1…

Sente. Respire. Fundo, profundo, pro fundo, a fundo, afundo… imerso.

Oxigênio… respiração, aparição, aspiração, aspirador… dor, aspira…

SENTE? SENTE!

“ao longe se via a figura triste, porém firme, de Quixote. Seu corpo transpirava dor…”

Ouça: __________________________________________________________________

S e n t e?

Se mente? Semente?

[CRITICAL ERROR: #341230098-DFG]

[PROGRAM ABORTED: Bad Data]

[RELOADING SYSTEM… OK]

> cd /Human2.0/beta/profiles/

> ./edgar.sh

___________________________________________________________________________________

Onde estou?