Archive for the ‘Vivendo…’ Category

Changes…

24.março.2014

Após um ano de silêncio…

Renunciei a um relacionamento, pedi demissão de um emprego, larguei o doutorado e ando cada vez mais propenso a fazer coisas diferentes nesta minha aurora da vida, já que dizem as más línguas que é aos 40 que ela começa, aos 41 ela já começa a ensaiar os primeiros passos… passos nem sempre fáceis, pois ao romper um relacionamento, por mais honesto que você queira ser consigo mesmo, há danos, há mágoas, deixamos cicatrizes que um dia serão nada mais que lembrança, mas ainda assim, marcas de um momento ruim. Abandonar o doutorado é igualmente doloroso, após uma gestação de três anos e meio, abortei a tese e, igualmente ao relacionamento, mas em diferente natureza, ser honesto consigo mesmo exige que você admita que, no fundo, o doutorado é uma fogueira das vaidades, a ostentação de um título que, nesta aurora da vida (faltou criatividade), não me tem importância nenhuma… Pedir demissão do ensino médio se deu num daqueles momento em que você se pergunta: por que é que eu tô aturando isso? Nessa etapa da vida, mais vale a minha paz que as idiotices, mandos e desmandos de uma escola que perdeu o rumo… sinto falta dos meus alunos e alunas, mas permanecer seria minar minha alegria de lecionar e, consequentemente, eu não seria o mesmo com eles… Mas nem tudo são espinhos, encontrei no raiar destes novos tempos, a coragem de assumir certas posturas, de vencer certos medos e, hoje, beirando a completude deste primeiro ano pós-quarenta, piso mais firme nas minhas incertezas e guardo n’alma (filosoficamente falando) uma certeza inabalável, mas é claro que eu não vou contar do que se trata :p

Até a próxima! (não será ano que vem… ;))

 

Um olhar…

05.julho.2012

Não foi à primeira vista. Nem à segunda ou à terceira. Na verdade, nos vimos muitas vezes. Entre idas e vindas, no cotidiano da vida, nos víamos, até nos falávamos… se já havia algo no ar, eu estava fora de sintonia. Se não havia, haveria… e houve um olhar. Um olhar fotografado. Um olhar que me desmontou. Um olhar que me fez ver para além da aparência. Não foi o primeiro olhar, mas foi um olhar que me encantou. Hesitei, mas não resisti. Ousei dizer: “você é linda!”… E, desde então, eu sigo absurdamente feliz!

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Mas este é o meu ponto de vista…

29.maio.2012

Querido blog, olá! Faz tempo que não venho aqui…

A vida é uma caixinha de surpresas… Joseph Kimbler que o diga! A gente teima em dar sentido às coisas e, a bem da verdade, algumas coisas realmente fazem sentido, mas não todas! É algo para se pensar… talvez não, racionalizar demais as coisas e fugir da beleza do mistério. Eu tendo à racionalidade típica de um aspirante a filósofo mas, mutante que sou, metamorfoseio-me diante das circunstancias… há momentos em que minha racionalidade perde lugar, vira puro academicismo e, sinceramente, ando flertando mais com o não-acadêmico ultimamente.

A vida é uma caixa de chocolates! Melhor seria dizer que a vida é um engradado de cerveja. A vida nos embriaga, sorvemos e somos sorvidos por ela… a mesma vida, num sentido mais metafísico (olha o academicismo querendo dar o ar de sua graça), dá e tira… que bobagem! Eu não acredito nisso. Pura retórica. A vida é o que a gente faz dela. Tá bom, goza. Tá ruim, pule fora. Fácil de escrever, né senhor filósofo, difícil de viver… Eu já levei meus tombos, mas também já dei rasteiras… não me orgulho muito do que já fiz, mas no momento era o certo, ou julgava que era o certo. Quando fui derrubado, busquei sartreanamente a culpa do outro… hoje sou mais de olhar o espelho do passado, sou mais de ver minha cara lavada… somos frutos de nossas escolhas, eu dizia. Será?

Não, eu ainda não virei filósofo-belezinha-nova-era! Deveria, ficaria mais rico e poderia beber mais cerveja. Mas não, eu não vim a este planeta para isso… ainda me resta um pouco, muito pouco, de idealismo. Nessas andanças pela vida, a gente acha que sabe das coisas… Mas não era sobre nada disso que eu queria falar…

Palavras são capengas… Não expressam na integra o que sentimos ou o que realmente queremos dizer. Nossa cultura ocidental deu muito poder às palavras, ao verbo. O dito popular, que uma imagem vale mil palavras, ainda assim é capenga. Imagens são o que nos chegam aos olhos, elas, as imagens, também tem a sua capenguice, se é que a palavra existe (falei que as palavras são capengas), pois imagens são símbolos, a semiótica explica, joga no google, bem!

Os olhos, ah! os olhos… Eis a questão! Hamlet, Shakespeare que me perdoe a ousadia, errou a palavra, capengou mermão, olha ou não olhar, eis a questão. O lance esta no olhar… Se as imagens são o que nos chegam aos olhos, o importante mesmo está naquilo que os olhos dizem! E você deve estar a se perguntar, olhos dizem algo? Tudo! Eu afirmo sem medo…

Quando você olha nos olhos de alguém e vê tudo aquilo que as palavras não dizem, meu amigo ou minha amiga, fodeu! Dê adeus às coisas que você julgava importante… daqui pra frente é ladeira abaixo… As palavras nunca mais serão suficientes! Você vai usá-las, mas capengamente. Você vai dizer tudo que sente até que um silêncio se faça entre o espaço particular que se forma entre os olhares… sim, ai sim você vai sacar!

Mas não pense que é fácil. Podemos nos enganar… há que se aprender a ler os olhos como se teve que aprender a ler as palavras, com o diferencial que este último se aprende na escola, já o primeiro se aprende vivendo… e não se trata de o quanto se viveu, mas de como se viveu. Não tem cartilha que ensine (cartilha?), ler um olhar é algo que transcende… é um autoconhecimento, um autodescobrimento.

Mas esse é o meu ponto de vista… O meu olhar. Simples assim.

Au revoir!

Edgar foi pro bar…

16.junho.2010

Um dia, nos áureos tempos da minha infância, eu devo ter me imaginado adulto. Eu não me lembro, mas deve ter acontecido. Todos nós, em algum momento, projetamos nosso futuro.

Na adolescência, os planos eram muitos, mudavam a cada dia. Melhor fase de nossas vidas, os anos incríveis da adolescência são tesouros percebidos apenas na maturidade e, obviamente, perdidos nas ondas do tempo.

Não que a vida na adolescência seja fácil. Ela pode ser tão ou mais cruel que a vida adulta, mas com a vantagem de ascensão ao mundo adulto, possibilidade de mudança. Já adulto, ascensão mesmo só a morte…

Já se dizia na antiga escola de Sagres que

navergar é preciso, viver não é preciso

e essa imprecisão da vida, em certa medida, nos empurra para o título desta postagem.

Edgar foi pro bar e vai beber até morrer. Paráfrase da banda das Velhas Virgens (não a do Mazzaropi, a do Paulão) é expressão metafórico-realista dos dilemas do jogo social.

Diante da desesperança que por vezes nos assola, frente as hipocrisias e jogos perversos que o mundo do trabalho nos coloca, o bar é o anestésico da raiva e o energético do tudo passa. No bar afogamos as mágoas, as desilusões, a frustração, o medo… no bar restauramos as forças… beber até morrer e, tal qual a mitológica fênix, renascer (com uma baita ressaca) para uma nova partida, uma nova batalha.

O bar é o refúgio deste filósofo etílico nos momentos de crise. Mais que uma fuga (pois sempre fugimos) é um local de metamorfose, de troca, de simbiose. O bar ultrapassa os botecos das esquinas do mundo. O bar é antes uma atitude, um posicionamento.

Certamente você, que chegou aqui sabe-se lá por que, tem o seu bar. Tem o seu refúgio. Tem a sua bebida-elixir… metafórico ou real, público ou particular, eu sei que você tem.

Salut!

Natureza, lá vamos nós.

15.janeiro.2010

Amanhã vou para a Ilha do Cardoso (os links? procure no Google, preguiçoso!) com um bando de amigos. Vamos deixar nossas confortáveis casas e toda a tecnologia que nos cerca para viver 48 horas como meros homens das cavernas… mentira, vamos levar lanternas, comida industrializada, barracas, colchões e tudo o mais que existe ao alcance de nossos bolsos para tapear a mãe-natureza!

Se formos pensar friamente, é uma puta fanfarronice. Dois dias no mato! Dormindo mal, comendo mal, respirando mal… não que o ar seja poluído, pelo contrário, mas com nosso condicionamento físico de experts em computação, vamos por a língua ao chão.

Comer raízes como os nativos?! Pirou né… vamos levar bolacha, barrinhas de cereal, gatorade e chocolate. Natureza sim, mas com guloseimas… Zé Colmeia perde feio… e beberemos cerveja, pois não podemos ficar sem o elixir da vida sedentária.

Voltaremos fedidos, com arranhões, picadas de insetos… mas com a alma lavada. Com aquela sensação de liberdade que durará até o exato momento em que o despertador toque, anunciando uma nova segunda-feira de trabalho. Mas a gente se vende fácil… 48 horas envolto pela pseudo-mãe-natureza e teremos conversa-fiada para o ano todo… vamos nos vangloriar de nossos feitos para os amigos, namoradas e esposas… e o faremos à exaustão em cada mesa de bar.

Alguns diriam que há na natureza humana um gene escondido que nos impele ao primitivo, ao contato com a natureza in natura… mentira! Somos homo tecnologicus perdidos na selva de pedra com faniquitos de Indiana Jones John Locke em Lost . Eu admito.

Mas vai ser legal… semana que vem eu posto o resultado (adulterado e contando vantagens) da aventura do Despraiado Summer 2010.

Até mais!

Ed Quarterman

O sentido da vida…

23.outubro.2009

Hoje proferi uma palestra para professores e professoras sobre o uso das tecnologias na educação. Foi muito produtiva. Público atento e participativo. Aplausos e agradecimentos. Sai da universidade contente.

Prazer é o sentido da vida. Aquela sensação gostosa de estar feliz, contente, satisfeito ou realizado. Não há nada além disso. Todo o resto é meio, é processo, é uma forma de atingir o prazer. Prazer de comer bem, de ser amado, de se sentir bonita, de não fazer nada, de cumprir uma meta, um objetivo. Prazer de jogar conversa fora com amigos, de pisar descalço na areia da praia, de tomar sorvete com 5 tipos de coberturas; de dormir a tarde toda, de fazer sexo no sofá da sala.

Tem gente que gosta de sofrer. Até sente prazer nisso. Não admite, mas gosta de sofrer. Enfim, prazer. Arruma encrenca com os outros, xinga, ofende, se maltrata, se priva de tudo o que eu escrevi no parágrafo acima. Reclama, mas no fundo, –lá no fundinho– gosta e, em última instãncia, busca o sofrimento que o enche de prazer. Vá entender!

Os momentos nos quais mais me aproximo do sentido da vida são justamente aqueles que me provocam prazer. É isso que me motiva. Quando fazemos o que fazemos com (e por prazer), vira sublime. Do sexo ao origami, do trabalho ao churrasco, o importante é ter prazer, não importa por onde!

Assim, caro leitor, seja lá o que você for fazer hoje, faça com prazer e aprecie desmoderadamente o teu momento.

🙂

Xuxa, fumo e outros bichos…

03.setembro.2009

Xuxa Meneghel quer processar o Twitter! Sasha escreve uma palavra errada, coisa a qual qualquer ser humano alfabetizado está sujeito, inclusive professores. O povo cai de paulada, pois papel de povo é cair de paulada. Xuxa alega que Sasha foi alfabetizada em inglês (?),  fica magoadinha e entra com processo contra twitter… quer saber, isso é falta de pica.

Fumantes agora só podem baforar suas pestilentas fumaças em espaços abertos. Tem um ou outro que acha errado proibir o cidadão de emitir sua fumaça podre. Bom, o direito de um fumante empestiar o ambiente termina no direito dos outros de NÃO respirar a tóxica e fedida fumaceira alheia. Simples.

Mas fumante é bicho porco em essência. Proíbidos de fumar nos pátios fechados duma certa universidade, esse bando de portadores de hálitos fedorentos se reúne nos espaços abertos e o resultado é: 1.500.000 bitucas/embalagens de cigarro jogados pelo chão, nos canteiros de flor, na grama. Custa pegar a bituca/embalagem e jogar nas lixeiras dentro do pátio? Claro que custa. Custa vergonha na cara desse bando de porcos.

Por hoje é só!

café com cão!

16.abril.2009

Todas as manhãs, ou quase todas, preparo o café da manhã. Básico. O café fica por conta da cafeteira elétrica, apenas coloco as medidas de pó e água e aperto o botão liga. Enquanto a cafeteira trabalha, vou à padaria, que fica cerca de 200m de casa. Compro pão. Sempre levo moedas, pois o pão nunca passa de R$ 1,30. Quando volto para casa, o café já está pronto. Arrumo a mesa e acordo a patroinha.

Durante o café, assisto ao jornal. Primeiro o Bom Dia São Paulo e depois o Bom Dia Brasil. A manchete de hoje era a violência nos trens do Rio de Janeiro. Pessoas sendo agredidas e até chicoteadas para “espreme-las” nos trens. Barbárie total. Entre uma mastigada e outra no meu pão com manteiga, ouço os comentários “lugar-comum” dos âncoras. Entre um gole e outro de café, vejo os relatos indignados da população e até o depoimento do operador de câmera que flagrou a violência. Os agressores eram funcionários da empresa que administra o sistema ferroviário e um policial militar. Os agredidos, a população a caminho do trabalho. Quando a reportagem terminou eu já estava no segundo pãozinho. Daí vem o futebol, hora em que eu desligo a tv.

Durante o trajeto para a universidade minha mente entreteve-se com a condição humana. Século XXI e pessoas são chicoteadas para “caber no trem”. Isso não me espanta. Assim como a Montaigne, o humano não me espanta mais. Já tem um tempo que a descrença no poder da nossa racionalidade habita o meu ser.

Paro no último farol antes de chegar a universidade. Absorto em meus devaneios, vejo uma cena inusitada. Um vira-latas, desses bem sem-vergonha, todo estrupiado vem pela calçada, desce a guia rebaixada bem em frente a faixa de pedestres, atravessa a avenida pela faixa, sobe a guia do outro lado e segue pela calçada feliz e contente na sua condição de vira-latas. Algum romântico diria: “Olha só o cão, mais civilizado que o homem!”. Eu não sou um romântico. Bom, na verdade sou, mas daqueles já um tanto quanto azedos.

O fato do cão vira-latas ter atravessado a rua na faixa de pedestres enquanto o sinal estava fechado para os motoristas não tem um grande significado. Não há uma mensagem por trás desse ato. Na verdade, eu nem teria notado o fato se o pendrive com os mp3 do Kiss estivesse no rádio, pois eu estaria cantando e batucando no volante feito o tonto que sou quando ouço Kiss no carro. E, se num exercício mental, fosse possível a um cão, vira-latas ou não, escolher entre a sua condição canina e a condição humana, aposto que o cão desejaria ser humano. Demasiado humano!

para os pregadores de plantão:

09.fevereiro.2009

\o/ EdMuerte

Enfim… mestre!

15.dezembro.2008

Defendi minha dissertação de mestrado. Sou mestre!
Mas, como cantava Raul…

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto “e daí?”
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado…

2009 logo vem… novos projetos, velhos amigos e muita diversão!

🙂