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Panta Rei II

02.junho.2011

Tudo passa… tudo muda… tudo está em constante transformação… fluxo… movimento. Ideias presentes na filosofia de Heráclito. Curiosamente Panta Rei (tudo flui) é o post mais famoso desde desconhecido blog. https://edmort.wordpress.com/2007/03/22/panta-rei/

O grande oráculo pós-moderno, o Google, coloca meu post em 2º lugar nas busca por ‘panta rei’, talvez por isso o meu blog tenha um modesto fluxo de visitantes… mas não era disso que eu queria falar hoje!

Panta Rei. Tudo flui… e eu vou fluindo… mudando, transformando, metamorfoseando-me… como diz o poeta-músico Oswaldo Montenegro

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

é em cada olhar que o ‘espelho de agora’ me devolve que me (re)conheço… nas fotos antigas que retratam aquele menino com cara de bobo, aquele adolescente rebelde-nerd-sem-causa, aquele jovem inspirado a mudar o mundo… nelas eu percebo o rio que passou. Nas águas da minha história encontro desejos não realizados, amigos perdidos… é, não foi do jeito que achei que seria.

Tudo flui… o tempo flui… a água quente do banho flui pelo corpo ainda sonolento nas manhãs frias de outono-inverno… é no banho que surgem minhas melhores ideias… é no fluxo d’água que lava a alma que meus neurônios funcionam melhor… mas assim como as gotas são absorvidas pela toalha, assim as ideias me escapam, dissipam-se com os vapores tão logo a porta se abre para o closet da realidade… tudo flui, a correnteza segue seu rumo.

Meu amigo Sócrates, não o que jogou no Corinthians, o outro, grego, sempre me dizia em nossas conversas de fim de tarde lá na minha antiga casa que uma vida não examinda não merece ser vivida. Grande Sócrates! Examinar nossas vidas é um exercício doloroso, pois tendemos a congelar os momentos fluídos de nossa existência, na ânsia de revivê-los, corrigí-los ou derretê-los… dói. Examinar a vida é compreender seu fluxo. É encontrar o equilíbrio entre a foto antiga e o espelho de agora. É compreender que o que foi, foi. O Devir, o eterno vir a ser, esse é o nosso timoneiro!

Acho que estou divagando… Panta Rei! Tudo passa, muda, flui… mudemos então o foco!

Eu sou um acadêmico. Este blog é meu subterfúgio ao formalismo e ao rigor metodológico… aqui as ideias fluem, confluem, fundem e confundem… aqui eu brinco de ser poeta, brinco de ser sério, brinco de não-ser… como acadêmico, estou em meio a um doutorado, em busca de um título, em busca de respostas acadêmicas, em busca de um salário melhor… maldito vil metal, em busca da empregabilidade… como aprendiz de filósofo (do filósofo real, não o acadêmico), estou em meio ao fluxo quântico da incerteza… incerteza de quando a porção acadêmica terá um tempo (como este) para ceder ao alter-ego subversivo que agora cata-milho neste pequeno aparato tecnológico que não funciona debaixo d’água!

Eu escrevo para mim. Escrevo para me reescrever. Escrevo para alguns poucos amigos físicos, parceiros de toda a vida, seja por sangue, seja por cerveja. Escrevo para uns poucos conhecidos que me encontraram no fluxo deste info-rio. Escrevo para aqueles que inadivertidamente caem nas águas do meu blog pelo timão do google. Escrevo para ser imortal.

Continuo divagando… continuo fluindo… meu ego me chama à realidade… meu alter-ego despede-se… divagando, devagar…

Panta Rei!

 

EDIT: Conheça no novo blog: www.cronicasdeumterraqueo.com.br

 

 

 

 

um post sobre nada em específico…

25.novembro.2008

Ainda é novembro e os enfeites natalinos já começam a aparecer, indícios de que mais um ano finda. O tempo é algo, por natureza, filosoficamente intrigante. Não é fácil definir o tempo e eu não vou tentar fazê-lo aqui. Hoje eu quero falar sobre nada em específico!

Twitter, coisinha paradoxalmente mais inútil e útil que há no momento. Eu viveria muito bem sem ele, mas já que ele existe, por que não usar? Armadilha do sistema… essa pretensa liberdade de escolha esconde os grilhões da caverna digital…

Estética. Preciso perder peso… pela saúde. Mas ao perdê-los, serei acusado de o tê-lo feito pela estética. Preciso malhar, pois o tempo, aquele carinha do primeiro parágrafo, anda a me cansar… subir escadas, meu exercício diário e intríseco a infraestrutura dos meus loci laborali, anda a castigar minha musculatura genuflexora. O sistema disse que eu preciso de exercícios, assim meus senhores feudais não precisam arcar com encargos trabalhistas…

Rock and Roll. Ando velho para o novo. O rock atual não me apetece, prefiro o cheiro de nafitalina das cantigas barulhentas da minha tenra adolescência. O pouco de novo que ouço, o faço pela pitada de velho que neles se põe…

Dexter é o máximo. Começo a simpatizar-me com pensamentos psicopáticos. A complexidade da mente de um assassino, contido por um código de conduta, não deixa de ser apaixonante. Moralmente ninguém há de admitir tal interesse, mas não somos todos, em algum nível, imorais? Eis a beleza da filosofia, posso especular a morte, o assassínio, a psicopatia sem dilemas morais. Não desejo matar outro ser humano, mas entender esse ato para além dos ditâmes do sistema espeta minha mente!

Projetos. Se há um segredo a ser desvelado sobre a vida, isso é algo que tem haver com projetos. Sem projetos, sem vida. Desde coisas bobas como um churras no sítio do Gustavo aos planos para o doutoramento, projetos são a essência da vida. Uma vida sem projetos é uma vida oca…

Diplomacia. Relacionamentos são a arte da diplomacia, isso basta para este parágrafo.

Tolerância zero. Ando intolerante com meus alunos e alunas. Bando de vagabundos, querem fazer da lei do mínimo esforço a única lei. Eu sei, vítimas do sistema, e olha que eu sou parte desse sistema. No despraiado, levei meu físico aos limites da falência multipla de órgãos. Nas salas de aula, aplico o método Conan-MacGiver-Rambo-Copinho-de-folha-de-bananeira, pois a vida não é para os fracos! Mas semestre que vem serei bonzinnho, senão o sistema me ejeta e, como diriam as velhas virgens, eu não preciso de muito dinheiro, mas eu preciso muito de dinheiro pra torrar…

Este parágrafo finaliza este post. Até mais!