Querido blog, olá! Faz tempo que não venho aqui…
A vida é uma caixinha de surpresas… Joseph Kimbler que o diga! A gente teima em dar sentido às coisas e, a bem da verdade, algumas coisas realmente fazem sentido, mas não todas! É algo para se pensar… talvez não, racionalizar demais as coisas e fugir da beleza do mistério. Eu tendo à racionalidade típica de um aspirante a filósofo mas, mutante que sou, metamorfoseio-me diante das circunstancias… há momentos em que minha racionalidade perde lugar, vira puro academicismo e, sinceramente, ando flertando mais com o não-acadêmico ultimamente.
A vida é uma caixa de chocolates! Melhor seria dizer que a vida é um engradado de cerveja. A vida nos embriaga, sorvemos e somos sorvidos por ela… a mesma vida, num sentido mais metafísico (olha o academicismo querendo dar o ar de sua graça), dá e tira… que bobagem! Eu não acredito nisso. Pura retórica. A vida é o que a gente faz dela. Tá bom, goza. Tá ruim, pule fora. Fácil de escrever, né senhor filósofo, difícil de viver… Eu já levei meus tombos, mas também já dei rasteiras… não me orgulho muito do que já fiz, mas no momento era o certo, ou julgava que era o certo. Quando fui derrubado, busquei sartreanamente a culpa do outro… hoje sou mais de olhar o espelho do passado, sou mais de ver minha cara lavada… somos frutos de nossas escolhas, eu dizia. Será?
Não, eu ainda não virei filósofo-belezinha-nova-era! Deveria, ficaria mais rico e poderia beber mais cerveja. Mas não, eu não vim a este planeta para isso… ainda me resta um pouco, muito pouco, de idealismo. Nessas andanças pela vida, a gente acha que sabe das coisas… Mas não era sobre nada disso que eu queria falar…
Palavras são capengas… Não expressam na integra o que sentimos ou o que realmente queremos dizer. Nossa cultura ocidental deu muito poder às palavras, ao verbo. O dito popular, que uma imagem vale mil palavras, ainda assim é capenga. Imagens são o que nos chegam aos olhos, elas, as imagens, também tem a sua capenguice, se é que a palavra existe (falei que as palavras são capengas), pois imagens são símbolos, a semiótica explica, joga no google, bem!
Os olhos, ah! os olhos… Eis a questão! Hamlet, Shakespeare que me perdoe a ousadia, errou a palavra, capengou mermão, olha ou não olhar, eis a questão. O lance esta no olhar… Se as imagens são o que nos chegam aos olhos, o importante mesmo está naquilo que os olhos dizem! E você deve estar a se perguntar, olhos dizem algo? Tudo! Eu afirmo sem medo…
Quando você olha nos olhos de alguém e vê tudo aquilo que as palavras não dizem, meu amigo ou minha amiga, fodeu! Dê adeus às coisas que você julgava importante… daqui pra frente é ladeira abaixo… As palavras nunca mais serão suficientes! Você vai usá-las, mas capengamente. Você vai dizer tudo que sente até que um silêncio se faça entre o espaço particular que se forma entre os olhares… sim, ai sim você vai sacar!
Mas não pense que é fácil. Podemos nos enganar… há que se aprender a ler os olhos como se teve que aprender a ler as palavras, com o diferencial que este último se aprende na escola, já o primeiro se aprende vivendo… e não se trata de o quanto se viveu, mas de como se viveu. Não tem cartilha que ensine (cartilha?), ler um olhar é algo que transcende… é um autoconhecimento, um autodescobrimento.
Mas esse é o meu ponto de vista… O meu olhar. Simples assim.
Au revoir!