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Que tal um post sobre vinil?

26.maio.2011

O título deste post me foi provocado pelo meu amigo rechones há muito tempo… muito tempo em termos de internet pode ter sido ontem à tarde, semana passada ou 5 meses atrás… tempo é relativo, psicológico e, como dizem as mulheres, cruel!

Meu primeiro vinil foi um disquinho de estórinhas do Sapo Edgar narrado pelo Silvio Santos. Meu segundo vinil eu não lembro. O primeiro vinil verdadeiramente meu, comprado com o meu dinheiro, foi do Thor, uma banda de Heavy Metal oitentista e relegada ao ostracismo. Depois desse, vieram algumas dezenas, uns cinquenta talvez.

Vinil era peça de museu, mas agora é vintage. Na europa encontrei vinil de bandas recentes, de álbuns recentes, com preços indecentes frente à bagatela do CD… lá na europa vinil é cult. Impressionante como algo que, supostamente morto, ressurge com força em certos guetos culturais… guetos de elite, pois bancar a onda da volta ao vinil não é barato.

Para as novas gerações, vinil é cultura morta. Um deus morto. O digital é o novo deus. E ainda bem que novos deuses surgem… Zeus é vinil, Jesus é digital. E o que realmente me interessa é o que vem a seguir. Eu sempre estou na espectativa da próxima nova-velha-tecnologia que ainda não surgiu mas que já terá data para falecer. O DVD já era. BluRay nem tenho, nem comprei, o que vem a seguir será melhor. Dai eu compro, mesmo que seja a volta ao VHS…

Vinil é uma bosta. Risca, pega chiado, entorta no sol e ocupa muito espaço. CD é uma bosta. Risca, engasga, descasca e entorta no sol. Bom mesmo será quando o MP3 estiver dentro da cachola. Um chip biosintético acoplado ao cérebro. O MP3 toca dentro da sua cabeça. Nada de gadgets, iBostas e traquitanas que consomem bateria… a bateria é o BigMac que será queimado para alimentar o biochip. Delírios…

Vinil é legal, eu gosto. Mas eu sou um velho. Mas isso é relativo…

Na mesa ao lado da minha sentou-se um colega de labuta com um iPad… velharia, é um iPad 1.0… meu netbook philco de R$ 639,00 em 12x no Wal-Mart  ri do iPad dele… Ele, ri do meu netbook… rimos todos.

Vinil me deu muitas alegrias. Fui muito feliz no embalo dos vinis! Mas também já desejei a morte acompanhado de um vinil. Já quis acabar com a angústia. O vinil não me salvou, mas esteve ali, juntinho, pronto a soluçar…

O cara do iPad foi embora. Fez o que fez rapidamente, pois o tempo é cruel. Tempo que mata a gente. Tempo que miraculosamente me sobra nesta manhã para escrever este mal digitado post.

Milhares de ideias me vem à cabeça… uma meia dúzia delas vira palavra concreta. Vinil foi uma que escapou ao turbilhão abstrato que condena minhas ideias ao meu limbo encefálico. Vinil sobreviveu no meu ideário…sobreviveu ao CD… tem seu lugar ao sol na sociedade do consumo… mas cuidado! Vinil no sol entorta.

Adios.